Teste ergométrico (teste de esforço)

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Definição e Indicações

É um exame que emprega a realização de esforço físico dinâmico programado, com a finalidade de evidenciar alterações cardiovasculares em exercícios que porventura não estejam presentes em repouso. Tem como aplicações principais a avaliação diagnóstica e prognostica de indivíduos com suspeita ou portadores de doença coronária obstrutiva; de populações sadias com programação para atividade física, caracterizando a capacidade funcional; outras doenças cardíacas, como valvopatias, miocardiopatias, para esclarecer o grau de limitação funcional, objetivando segmento e estratificação de risco; nas diferentes arritmias e distúrbios de condução do estímulo e na avaliação adicional da hipertensão arterial. É um método complementar seguro, sendo relatado um evento de natureza grave variando de 1:2000 a 1:10000 exames.

Jejum

Na manhã do exame, recomenda-se desjejum habitual e, à tarde, refeição leve ou sanduíche e suco natural até uma hora antes do teste.

Orientações necessárias

– Não é possível realizar o exame em pacientes com peso corporal acima de 140 kg (limitação do equipamento)
– Ideal suspender medicamentos de ação cardiovascular de acordo com tabela específica, salvo definição em contrário do médico assistente. Beta-bloqueadores são habitualmente interrompidos por cinco dias.
– Não ingerir bebidas alcoólicas ou energéticas que contenham cafeína no dia do exame.
– Não fumar três horas antes do exame.
– Levar roupas confortáveis e calçados com sola de borracha ou tênis.
– Não utilizar cremes, pomadas, loções ou óleos sobre a pele nas 24 horas que antecedem o exame.
– Não deve ser realizado durante a gestação, menstruação, enxaqueca, distúrbios gastrintestinais agudos (diarréia), anemia, estado febril ou gripal e infecções em atividade que possam interferir na resposta cardiovascular ao esforço, além das contra-indicações habituais conhecidas (síndromes cardíacas isquêmicas instáveis, insuficiência cardíaca descompensada, etc).

Interpretação e Comentários

Por ser um exame funcional, não tem o compromisso de discernir condições anatômicas da rede coronária quando indicado para avaliação diagnóstica e prognóstica de doença coronariana obstrutiva. A análise qualitativa, semi-quantitativa e quantitativa multifatorial das variáveis que compreendem as respostas hemodinâmicas (pressão arterial e freqüência cardíaca), clínicas (sintomas e sinais) e eletrocardiográficas (modificações morfológicas de ST/T, arritmias e distúrbios da condução atrioventricular e intraventricular) frente ao esforço caracteriza normalidade ou anormalidade cardiovascular, de acordo com padrões estabelecidos. As avaliações diagnóstica e prognostica são interligadas, imprescindíveis no processo de decisão clínica. Quando aspectos específicos são observados, como achado de infradesnivelamento (adicional) do segmento ST induzido pelo exercício, de 1 mm em homens e 1,5 mm em mulheres com morfologia horizontal, podem representar resposta isquêmica do miocárdio – especialmente quando populações com moderada probabilidade pré-teste de doença coronária são testadas.