Nutrição na Insuficiência Cardíaca

Medidas terapêuticas não-farmacológicas têm sido cada vez mais utilizadas na tentativa de minimizar os sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes com ICC. Quando empregadas em conjunto, a abordagem farmacológica e não farmacológica aumentam de modo significativo a eficácia do tratamento.

Dieta

A orientação dietoterápica no paciente com ICC envolve recomendações sobre a ingesta calórica, salina, líquida e o consumo de vitaminas e bebidas alcoólicas.

A. Ingesta Calórica

a.1. A obesidade aumenta o trabalho cardíaco, especialmente durante a atividade física.

a.2. Nos pacientes com ICC por doença isquêmica e hiperlipidemia, uma dieta adequada pode retardar a recorrência de eventos coronários.

a.3. Em pacientes com anorexia intensa por congestão do trato gastrointestinal: oferecer refeições pequenas e freqüentes ao invés de duas ou três grandes refeições

a.4. Oferecer dieta líquido-pastosa nos pacientes com dificuldade de mastigação pela dispnéia

a.5. Evitar constipação intestinal e esforço evacuatório intenso: recomendar dieta laxante e/ou uso de laxativos naturais pobres em sódio

B. Ingesta Salina

b.1. Não existem evidências apoiando uma restrição leve (4 g/dia) ou moderada (2 g/dia) de cloreto de sódio em pacientes com ICC.

b.2. Utilizar bom senso: a restrição depende do grau da ICC.

b.3. Uma dieta com 3 a 4 g de cloreto de sódio é um alvo mais razoável e realista para aqueles com doença leve e moderada. Esse nível de ingestão pode ser atingido facilmente, apenas não adicionando sal à comida após o cozimento e evitando-se comidas salgadas.

b.4. Dietas com 2 g/dia de cloreto de sódio: restrita aos casos mais graves.

C. Ingesta Líquida

c.1. Liberada de acordo com as necessidades do paciente.

c.2. Na ICC grave: a concentração de hormônio antidiurético circulante pode estar aumentada e a capacidade de eliminação de água prejudicada, acarretando hiponatremia dilucional. Nesses casos, aconselha-se a restrição hídrica para que a concentração de sódio plasmático não se reduza a menos de 130 mEq/L.

c.3. Durante os períodos de calor intenso, diarréia, vômito ou febre, a ingestão de líquidos pode ser aumentada ou a dose de diuréticos diminuída, no sentido de evitar desidratação, que pode agravar o quadro de Insuficiência Cardíaca (IC).

D. Vitaminas

d.1. A suplementação vitamínica pode ser aconselhável, mas deve ser individualizada.

d.2. Até o momento, não existem evidências apoiando o uso de vitaminas antioxidante em altas doses.

E. Bebidas Alcoólicas

e.1. O álcool deprime a contratilidade miocárdica e pode precipitar arritmias.

e.2. Pacientes com IC devem minimizar a ingestão de bebidas alcoólicas